Design Thinking: o que é, como surgiu e quais os princípios
“Design thinking é uma abordagem à inovação centrada no ser humano, que se baseia no conjunto de ferramentas do designer para integrar as necessidades das pessoas, as possibilidades da tecnologia, e os requisitos para o sucesso empresarial.”
O que é design thinking?
Design thinking é uma estratégia de desenvolvimento de produtos, serviços, processos, e estratégias. Esta abordagem, reúne o que é desejável do ponto de vista humano e o que é tecnológica e economicamente viável. Isto é:
Desejável para o utilizador
Satisfazem uma necessidade humana real.
Tecnicamente viáveis
Podem-se tornar em produtos ou processos funcionais no atual estado da arte.
Economicamente viáveis
É possível implementar com os atuais recursos financeiros
No fundo, design thinking é um método de resolução de problemas centrado no utilizador, que, por meio da criatividade, permite desenhar soluções eficazes. Embora não infalível, é um método com muitas provas dadas.
A ideologia de design thinking afirma que, para encontrar soluções inovadoras, é necessário abordar o problema a partir da perspectiva do utilizador - em bom Português, pormo-nos no lugar dos nossos clientes. Ao mesmo tempo, o objetivo do método de design thinking é transformar ideias em produtos ou processos tangíveis e testáveis o mais rapidamente possível.
Como surgiu design thinking?
Design thinking surgiu originalmente como uma forma de ensinar engenheiros a abordar os problemas de forma criativa, tal como os designers fazem. Uma das primeiras pessoas a escrever sobre design thinking, em 1959, foi John E. Arnold, professor de engenharia mecânica na Universidade de Stanford.
O seu texto "Creative Engineering" estabeleceu as áreas de design thinking. A partir daí, o pensamento do design começou a evoluir como uma "forma de pensar" nos campos da ciência e da engenharia do design - como se pode ver no livro de Herbert A. Simon "The Sciences of the Artificial" e no livro de Robert McKim "Experiences in Visual Thinking".
Com a ascensão do design centrado no utilizador nos anos 80 - conceito este que, até hoje, continua a ganhar cada vez mais relevância - , e a formação da consultoria de design IDEO nos anos 90, o pensamento do design tornou-se cada vez mais popular. Em 2005, a escola de design da Universidade de Stanford começou a ensinar design thinking como uma abordagem à inovação técnica e social.
Quais os princípios de design thinking?
01. Foco no utilizador e empatia
Design thinking tem como objetivo primordial encontrar soluções que respondam às necessidades humanas e ao feedback do utilizador. As pessoas são os motores da inovação, e não a tecnologia. Assim sendo, uma parte essencial do processo passa por adotar o lugar do utilizador e construir uma empatia genuína com o público-alvo.
02. Colaboração
O objetivo de design thinking é reunir uma diversidade de perspetivas e ideias de forma a criar soluções verdadeiramente abrangentes. O design thinking incentiva à colaboração entre equipas heterogéneas e multidisciplinares que tipicamente podem até nem trabalhar em conjunto.
03. Ideação
Design thinking é uma estrutura baseada em soluções, por isso o foco está em apresentar o maior número possível de ideias e potenciais soluções - em suma, gerar ideias divergentes. A etapa de ideação é uma zona livre de julgamentos, onde os participantes são encorajados a concentrarem-se na quantidade de ideias, ao invés da qualidade.
04. Testagem
Após se reunirem as ideias, é essencial testá-las e adaptá-las ao feedback dos utilizadores para perceber quais poderão ser implementadas - por exemplo, através de um focus group. Design thinking é uma abordagem interativa, por isso é possível que seja necessário repetir certas etapas do processo à medida que descobre falhas nas primeiras propostas.
05. Dirigido para a ação
Design thinking é uma abordagem extremamente prática à resolução de problemas, favorecendo a ação em detrimento do debate. Em vez de hipotisar sobre o que os seus clientes querem, o método de design thinking encoraja-o a sair e a envolver-se com estes cara a cara de forma a testar as soluções em contextos reais.