5 Princípios de UX a Nunca Esquecer

O conceito de foco na experiência do utilizador não é novidade. Os objetos do dia-a-dia sempre foram otimizados - ou pelo menos havia uma tentativa nesse sentido - para que o seu uso fosse o mais confortável, simplificado e conveniente possível. No entanto, com o boom da era digital, este conceito passou dos objetos corriqueiros do quotidiano para a web.

Embora seja um conceito ainda incompreendido por muitos, user experience - ou UX, for short - é um dos fatores mais importantes no desempenho de um website. Neste artigo, exploramos cinco princípios fundamentais de UX para garantir que a experiência do utilizador seja sempre a prioridade.

Foco no utilizador

É impossível enfatizar isto o suficiente. Este é o princípio mais fundamental de UX (literalmente, é o que está na fundação do conceito). Embora isto pareça óbvio, a verdade é que, muitas vezes acaba por ser negligenciado por outros aspetos. Hoje, com a possibilidade de criar websites cada vez mais complexos, com mais features e mais visualmente impressionantes, o foco na experiência do utilizador pode acabar por ficar esquecido.

Embora seja inteiramente possível criar um website estéticamente impecável, e que, simultaneamente, oferece a melhor experiência possível aos seus utilizadores, se chegar a altura de escolher entre estética e usabilidade, a experiência do utilizador deve ter prioridade.

A maneira mais simples de criar um website tão apelativo ao olhar como à navegação é integrar todos os pontos essenciais da navegação na fase mais embrionária do design do website. Assim, estando todos os elementos mais importantes já implementados, torna-se mais fácil perceber como encontrar o equilibrio perfeito entre funcionalidade e beleza.

Acessibilidade

Ter um website acessível significa que este é simples e de fácil uso para todo o tipo de utilizadores, incluíndo pessoas com deficiência. Ter a acessibilidade como foco garante que todos os utilizadores têm uma ótima experiência, mas também que se vai ao encontro a todas as regulamentações existentes. Garantir a acessibilidade de um website inclui garantir:

Texto alternativo (alt text) para imagens

Todas as imagens no website devem incluir uma descrição textual alternativa (alt text). Esta descrição ajuda utilizadores com deficiência visual que usam leitores de ecrã - e os próprios motores de busca - a compreender o conteúdo visual da página.

Navegação por teclado

O website deve ser navegável usando apenas um teclado. Isto é essencial para utilizadores que têm dificuldades motoras e não conseguem usar um rato. A navegação por teclado inclui a capacidade de aceder a todos os links, botões e campos de formulário usando as teclas Tab e Enter.

Legendas e transcrições para vídeos

Vídeos no website devem ter legendas e transcrições. Isto é crucial para utilizadores com deficiência auditiva, garantindo que podem aceder ao conteúdo de áudio. As transcrições também beneficiam o SEO.

Contraste de cores

O website deve ter um contraste de cores suficiente entre o texto e o fundo para garantir que o conteúdo é legível por pessoas com problemas de visão. Utilizar cores que contrastem adequadamente ajuda a tornar o conteúdo mais acessível.

Estrutura de cabeçalhos

Usar uma estrutura de cabeçalhos (H1, H2, H3, etc.) adequada para organizar o conteúdo da página é uma boa prática de acessibilidade e de SEO. Isto ajuda os leitores de ecrã a navegar pelo conteúdo e permite uma melhor compreensão da hierarquia da informação.

Descrição dos links

Os links devem ser descritivos, de modo que os utilizadores saibam para onde serão direcionados ao clicar. Em vez de "clique aqui", use descrições como "leia mais sobre os nossos serviços de consultoria".

Evitar elementos que pisquem

Deve-se evitar o uso de elementos que piscam ou têm flashes rápidos, pois podem desencadear crises em pessoas com epilepsia fotossensível.

Tamanho e espaçamento do texto

É importante manter um espaçamento adequado entre linhas e parágrafos, assim como um tamanho adequado do texto, para melhorar a legibilidade.

Previsibilidade

Inconsistência cria confusão, confusão cria frustração, e frustração cria desistência. A previsibilidade na UX refere-se à capacidade dos utilizadores de antecipar o que vai acontecer ao interagirem com um website ou aplicação. Quando os elementos de design e funcionalidades são previsíveis, os utilizadores sentem-se mais confortáveis e confiantes ao navegar, o que melhora a sua experiência geral. A consistência entre diferentes páginas de um website é crucial para a fácil navegação, permitindo:

Reduzir a carga cognitiva

Quando os utilizadores sabem o que esperar, não precisam de gastar energia mental para descobrir como interagir com o site. Isto reduz a carga cognitiva e torna a navegação mais fluida.

Aumentar a eficiência

A previsibilidade permite que os utilizadores realizem tarefas de forma mais rápida e eficiente, pois sabem onde encontrar a informação ou funcionalidade que precisam.

Constrói confiança

Utilizadores que têm uma experiência previsível sentem-se mais confiantes e seguros, o que pode aumentar a satisfação e a lealdade à marca.

Hierarquia

Entender a hierarquia de um website implica pensar em toda a informação que deve ser incluída, e perceber como deve ser estruturada. Ao delinear toda a informação necessária, é possível criar uma estrutura em árvore para garantir que toda informação flui de forma natural e intuitiva.

Esta estrutura pode, posteriormente, ser utilizada para criar um mapa do website. A partir deste mapa pode-se então construir uma hierarquia que liga as várias páginas do website, entre si, de uma maneira lógica. Uma hierarquia clara permite que os utilizadores naveguem facilmente pelo site, encontrando o que precisam sem esforço. Uma boa hierarquia direciona também a atenção dos utilizadores para os elementos mais importantes, ajudando a destacar as principais chamadas à ação (CTAs) e informações cruciais.

Contexto

O contexto do utilizador é um dos fatores com maior impacto na experiência do utilizador. Como é que os utilizadores utilizam o website ou a aplicação? Em que situações? Em que espaços físicos e com que condições? É importante ter estes elementos em mente para perceber a melhor forma de criar um caminho simplificado para que o utilizador chegue onde quer ir.

Se, por exemplo, sabemos que o nosso website vai ser utilizado maioritariamente numa zona com má cobertura de rede, devemos garantir que o website é o mais leve possível de modo a possibilitar o carregamento e navegação do mesmo, mesmo em condições menos que ideais.

Além disso, é importante perceber quais os principais dispositivos usados para navegar. É claro que, no caso dos websites com design responsivo, isto não é um problema, dado que se adaptam a qualquer tipologia de ecrã. No entanto, se esta responsividade não for garantida (que deverá ser, pelos motivos que explicamos aqui), é pelo menos necessário garantir que é adequada ao dispositivo mais comum entre os utilizadores.

Conclusão

A criação de um website eficaz vai muito além da estética; envolve um compromisso profundo com a experiência do utilizador. Focar-se no utilizador, garantir a acessibilidade, manter a consistência, estruturar uma hierarquia clara e considerar o contexto de uso são pilares essenciais para um design bem-sucedido.

Ao integrar estes princípios no processo de design desde o início, é possível criar websites que não só encantam visualmente, mas que também proporcionam uma navegação fluida e satisfatória. A verdadeira inovação no design web reside em equilibrar beleza e funcionalidade, colocando a experiência do utilizador em primeiro lugar. Ao seguir esses princípios, estará no caminho certo para criar uma presença digital que lhe permitirá conectar-se com o seu público.